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terça-feira, 21 de maio de 2013

Mulheres importantes...

Hoje, com um aperto no coração, soube que uma grande amiga não está bem... Mas também pudera, aos 97 anos, o corpo cansado, o caminho trilhado, amores perdidos no tempo, histórias contadas de uma vida cheia de sacrificios e milagres, pois ela acreditou que tudo foi e não duvido, um milagre de Santo Antonio...
Daí, pensei... porque não relembrar um pouco de algumas mulheres importantes de minha vida.. óbvio que terei que escrever aos poucos, pois muitas delas foram pessoas que me ajudaram a vencer os obstáculos, superar as dificuldades, enfrentar os medos de uma vida nada simples... Uma vida desde cedo trilhada de um modo nada convencional...
Hoje vou falar de minha tia Isabel, minha tia Helena, minha tia Ana, a mãe do Grandão e da Elaine e depois com o tempo, irei falando das dezenas delas, inclusive minhas filhas e netas... Mas, quero hoje enfatizar essas, que de alguma maneira vieram em minha mente no momento de inspiração.


Falar de minha tia Isabel não é fácil, ela me criou, me deu um teto, me deu educação, me ensinou a temer a Deus, a ter fé, e os principios religiosos de uma mulher forte, batalhadora, de poucos sorrisos, mas de uma fibra inigualável... Lembro dela com carinho, mas não sinto saudade, sinto um respeito imenso pelo que me fez, um agradecimento eterno, que levarei comigo para onde for.


Falar da tia Helena, é ter o gostinho das coisas legais, das raras férias, dos poucos passeios, mas de um carinho que me deu até o ultimo dia de sua vida... Sempre uma palavra de conforto, sempre um incentivo a nunca desistir, sempre uma cartinha, uma mensagem, que se fosse nos tempos de hoje, milhares de e-mails e SMS... Mas, ela se foi num tempo em que isso ainda não existia... Mas era a visita dela algo que eu esperava com ansiedade, com ímpeto de vontade, com alegria no coração... Ela esteve comigo nos nascimentos de minhas filhas, foi algo reconfortante, pois eu sabia que ela estaria por perto... Mas, Deus a levou e sei que de onde está sempre estará olhando por mim..


Falar de tia Ana é lembrar de loucas aventuras, é rir de tudo, de passeios inesquecíveis, de momentos maravilhosos de descontração, que curti após meu casamento. Ela era única em sua existência, ao ponto de encerar o carro com enceradeira, daquelas antigas, redondas... É recordar de colocar correntes nas rodas do carro e andar na lama, é cheirar fumaça de fogueiras de madrugada, é andar por trilhas, nadar em cachoeiras geladas, usar botas de plástico e aprender a manusear facão no mato. Lembrar de tia Ana e sentir o gosto de aventuras engraçadas, jogar futebol na lama, fogão a lenha, jogar baralho e ser feliz! Mas Deus achou que ela deveria fazer outras pessoas rirem no céu e a levou na véspera de Natal... Um Natal triste aqui, mas em festa no ceú...


Falar da mãe do Grandão é fácil, era uma mulher determinada e organizada ao extremo. Lembro dela no grupo de mães da igreja, sempre comandando as mulheres com força, garra e determinação. Sabia como ninguém manter o grupo unido, o tempo nos afastou e há pouco menos de 10 anos, na porta da igreja, como se eu estivesse num confessionário, contei a ela sobre meu amor pelo filho dela, com um olhar que jamais vou esquecer ela me disse: "Vocês são adultos e devem saber o que estão fazendo, somente não magoem seus filhos, pois eles são o bem mais precioso". Me deu um abraço e nunca mais falei com ela.


Falar da Elaine... Delícia de amiga, que nem sei contar aqui de quanto anos, mas são MUITOS anos. De viagens de trens lotados, de risadas infindáveis, de encontros marcados na estação, distribuição de contos na estação LUZ, de ajuda, de carinho, de dedicação, de respeito, de compreensão, de amadurecimento, de saudade, de sentimentos verdadeiros, de amizade que não precisa estar presente de corpo, mas um encontro de almas. As vezes ficamos distantes, pois temos vidas a trilhar, caminhos a seguir e nossas proprias frustrações para dissipar, mas essa distância existe para provar que somos amigas, independente da situação, independente do tempo, independente da vida.
Gosto de imaginar que um dia, lá na frente, iremos rir e chorar dessa louca vida de nós duas.
Quero acreditar que Deus está reservando algo maravailhoso a ela.
Quero ve-la muito feliz, mas muito feliz mesmo!!!

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