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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Saber morrer....

Fiquei 3 dias longe daqui, me dei uma trégua, mas sempre pensando em que mensagem colocar, no que deixar marcado para sempre neste blog que gosto tanto e que através dele, tantas emoções foram afloradas, quantos pensamentos divagaram em mentes que antes, nem sequer sabiam que eu existia. Foram 3 dias de uma baita reflexão, sobre a vida, sobre a morte, sobre a existência de cada um, sobre doenças comuns, doenças simples, complicadas, fáceis e difíceis de serem curadas. Enfim... somente pensamentos... Li muito, li MUUUITO!!! Hoje queria falar sobre a morte, e tem um lugar que existe na net que se chama "Momento Espírita", nele viajo em meus deliciosos devaneios, sobre todas perdas que já tive na vida e das que ainda terei... Mas, como sempre digo... "enfim!"...

SABER MORRER

Morrer.
Desse destino, nenhum ser humano escapará. E, no entanto, como tememos esse momento! Com que dor a maioria de nós pensa no instante da morte.
É que fomos ensinados a temer a morte. Ela nos é apresentada como sinônimo de lágrimas, instante de trevas, definitiva separação dos seres amados.
Abismo e tristeza.
Aprendemos que a morte se faz de luto e mistérios, névoa e saudade.
Mas é preciso se preparar para a chegada da hora final. Afinal, a cada dia se reduz nossa estada na Terra.
Desde que nascemos, cada respiração assinala a diminuição de nosso tempo no planeta.
Porque o ritmo da vida material nos envolve, quase sem perceber, deixamos de lado a lembrança de que caminhamos mais um passo em direção à morte.


O fim é apenas do corpo físico, pois a alma - a essência do que somos - esta existirá para sempre. Os séculos correrão, mas nós... Nós sobreviveremos.
Nessa longa estrada que é a vida, muito iremos aprender.
Outros amores, parentes, lugares e situações irão enriquecer a nossa experiência.
E muitos outros corpos servirão de instrumento para o nosso aprendizado.
Por isso, nada de demasiado apego ao corpo.
Ele é importantíssimo, mas é uma ferramenta de trabalho. Nele temos apenas um auxiliar para a nossa educação.
Com a ajuda desse corpo, vivemos na Terra, construímos uma família e nos relacionamos com outros seres humanos.
Ele é essencial para a vida em sociedade que burila o nosso Espírito.
É que no contato com as outras pessoas temos a oportunidade de exercitar paciência, tolerância, solidariedade e ética.
Enfim, pôr em prática gestos e situações que são puras manifestações de amor.
E não é esse o objetivo maior de nossa vida: descobrir, exercitar e vivenciar o amor?
Nada há a temer na morte quando a vida é plena em amor, quando os dias são perfumados pela bondade, quando a consciência é reta e o dever cumprido.


Quem vive assim - de coração sossegado e plantando alegrias - aguarda que a vida cumpra seu ciclo natural.
Para este, a hora da morte é serena. Abrirá os portais de um mundo novo, cheio de descobertas: a Casa do Pai Celeste.
Um homem de bem morre como alguém que descansa após um dia de trabalho bem feito. Não tem apego a nada, pois sabe que deve devolver a Deus tudo o que recebeu.
A renovação é a regra geral da natureza. Quando a morte chega é a hora de devolver ao Mundo o corpo frágil, que se misturará às águas e à terra.
Será consumido, alimentará microorganismos. Outros seres viverão a partir dali.
E o homem que usou aquele corpo estará longe: abrirá os braços para o infinito. Seus olhos contemplarão estrelas, luzes, cores e formas nunca sonhadas.
Seguirá com o coração em festa. Pronto para novas experiências, disposto a aprender e a amar.


O poeta Rabindranath Tagore, Prêmio Nobel de Literatura, escreveu sobre a própria morte:
É hora de partir, meus irmãos, minhas irmãs.
Eu já devolvi as chaves de minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro, apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não perguntem o que levo comigo:
Sigo de mãos vazias e coração confiante.

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